''Ao contrário do tecido adiposo branco, o marrom é
altamente vascularizado, possui alto número de mitocôndrias e tem inúmeros
tecidos amielinizados que providenciam estímulos simpáticos aos adipócitos. Suas
células apresentam a "mitochondrial uncoupling protein (UCP1)" que
dá ao seu mitocôndria a habilidade de inibir a fosforilação oxidativa, atuando
diretamente na cadeia de transporte de elétrons, assim, quando o grupo fosfato é
separado, a energia não é transmitida para a cadeia de transporte de elétrons,
onde produziria ATP, e sim liberada como calor, que chega ao sangue e é
transportado pelo corpo. Resumindo, esta enzima faz o organismo produzir calor
ao invés de armazenar energia.
Ao descobrir estas propriedades da gordura marrom,
muitas pessoas sugeriram maneiras de estimulá-la como: treinamentos em ambientes
frios e a suplementação de substâncias especificas. Porém, devemos ter em mente
que esse tecido corresponde somente a cerca de 5-10% do tecido adiposo de
adultos, sendo localizado principalmente em volta do pescoço, ombros, espinha,
órgãos importantes e vasos sangüíneos. Em humanos a gordura marrom é mais
significativa em recém nascidos, onde chega a ser responsável por 5% do peso
total, diminuindo com o passar do tempo até virtualmente desaparecer. Esta
gordura é importante para filhotes em geral e animais que vivem no frio e/ ou
que hibernam, justamente pela sua habilidade de produzir energia térmica.
UCP (mitochondrial
uncoupling protein)
Apesar de ser improvável que distúrbios na gordura
marrom sejam relacionados ao ganho de peso em humanos, algumas variantes da UCP
já foram identificadas. Pesquisadores da Millenium Pharmaceuticals (GIMENO et
al, 1997) e da UC Medical Center, Duke University Medical e Center French Centre
National de la Recherche Scientifique (
et al anunciaram, em
momentos diferentes, a descoberta de um gene que pode explicar porque algumas
pessoas podem ingerir mais calorias que as outras e ainda assim emagrecer,
enquanto as outras engordam. O gene identificado denomina-se dubbed
uncoupling protein 2 ou UCP2 (denominado UCPH pelo grupo de GIMENO), e ao
contrário da UCP1, encontra-se em vários tecidos humanos incluindo gordura
branca, por isso a UCP2 possui um papel muito mais importante na obesidade. Foi
verificado que as pessoas que possuem mais dessa proteína produzem mais calor,
queimando mais calorias, esse gene também pode ser responsável pela produção de
calor em estados febris e em locais específicos no caso de inflamações.
Esta proteína, juntamente com a leptina, parecem
ter papel importantíssimo na obesidade, uma vez que a leptina regula o apetite e
o próprio metabolismo.''
Fonte:saudeemmovimento.com.br por Paulo Gentil